sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Desde o ventre materno eu te conheci"


Introdução.

 O texto a seguir não é meu, mas de um amigo que, saturado com diversas injurias que tem ouvido nos últimos tempos contra a igreja que tanto amamos resolveu desabafar através deste manifesto. Mesmo assim devo dizer que as opiniões expressas neste texto são de acordo com meu modo de pensar por isso assino cada palavra como se fosse minha e estendo a vocês, caros leitos.

Olá caros amigos.

Estou enviando este como um desabafo diante de tudo que nós igreja estamos sendo atacados. Por um lado ouço dizer que a igreja Católica não faz nada de bom por muitas bocas que não sabem o que dizem e agora que explodiu uma atitude de defesa da "vida", coisa que a Igreja faz desde os primórdios, todos vem dizer que a igreja não deve colocar o bedelho na política.


Desculpa, mas a igreja não está fazendo nada mais do que seu dever. Afinal, é função da igreja não é só cuidar do espiritual, mas também das condições de vida não só de seus fiéis, mas também daqueles que não são católicos, ou que ainda não puderam se decidir, por estar lutando por sua própria vida dentro de um ventre que em vez de acolhê-lo, quer excluí-lo e expulsa-lo do chamado a vida.

Sei que muitos não concordam com a opinião da igreja de que desde o ventre materno já é uma pessoa, um ser capacitado de sentimentos qual uma pessoa que transita pelas ruas durante o dia claro. Nem pretendo com este mudar opiniões, mas declarar que a igreja tem o direito de defender sua opinião, assim como cada um tem direito de defender a sua.

Esta terça-feira eu ouvi um dos maiores absurdos que meus ouvidos aguentariam ouvir sobre este assunto. Um homem que se diz especialista, disse que, quem tem direito à vida diante das leis brasileiras, seria a mulher, pois o feto não tem nacionalidade! Então será que ele quis dizer que as mulheres com dinheiro e condições para viajar para o exterior podem aborta, afinal, pode ser que seus filhos nasçam em território estrangeiro?
Bem não cabe na minha cabeça que se defenda uma tese que limita a vida a uma linha de território. Sei que o assunto é bem mais extenso e como disse não estou promovendo nenhuma tentativa de mudança de opinião, mas desejo que respeitem quem já tem a sua.

E esta semana, diante de toda essa campanha eleitoral, por todos os lados dizem que a igreja não pode falar nada diante da política, pois o Estado é laico, mas convenhamos que a Igreja tenha mais direito em opinar sobre a condução de nosso país do que os nossos queridos artistas da Rede Globo que, me desculpem pela expressão, não fazem além de um ou dois programas anuais pra ajudar algumas crianças carentes. E como se pode ver, a igreja está incansavelmente trabalhando o ano todo pelos pequenos, pelos necessitados das ruas, que muitos político tentaram, e algumas vezes até conseguiram, mandar para fora das cidades como lixo, ou até mandando matar nas estradas, só para dizer que sua cidade é "exemplo". Pergunto-me, "exemplo" de quê?

A igreja, direto tem discutido assuntos para cada vez melhorar a vivência do povo brasileiro com conferências nacionais entre bispos, tentando o debate inter-religioso. Mas dizem que a igreja não faz nada. Bem, então o vaticano veio fazer “nada” na conferência de Aparecida?

Desculpem-me se estou sendo muito rude, mas minha ideia é que o povo que é católico possa defender mais a igreja, com o fogo abrasador no peito, por defender algo em que acredita e que sabe que tem valor. Afinal, muito devemos a Igreja católica em nosso país, mas a igreja não nos pede nada em troca além de que escutemos e respeitemos suas opiniões.
Vejam bem, não se trata mais só de dogmas, afinal ninguém precisa aceitar os dogmas além dos católicos, por que os dogmas não são de outras religiões ou seitas, mas são nossos, dos católicos, e nós temos que assumir. Mas o que a igreja pede é que se preste atenção aos assuntos que irão mudar nosso convívio.
Se dermos mais abertura para o aborto, infelizmente devo dizer que caminharemos para um regime militar como o do Japão, onde quem decide quantos filhos pode ter não são os pais, mas o poder político.
E gostaria de deixar mais um ponto importante, se observarmos bem a igreja não está pedindo: Não votem neste, pois este não é católico., afinal de contas a igreja sabe que na verdade nenhum dos dois candidatos é verdadeiramente católico, pelo que se tem informação um é maçom e o outro nem se sabe se tem religião. Mas o que a igreja está dizendo é: Não votem neste, pois este não defende e vida em todas as suas fases.
Bem, nem precisaria dizer, mas se você é cristão católico, protestante ou evangélico e lê a Bíblia já deve ter lido ou pelo menos ouvido a passagem que diz:

"Desde o ventre materno eu te conheci" Salmo 138.

Texto por RicardoHP
Revisado e corrigido por AntonioTUIN e FabrícioSBK

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

De onde vêm os bebês?

Já era o tempo em que as crianças perguntavam: “De onde vêm os bebês?”.
Pois é! Foi o que constatei e expressei em voz alta quando meu sobrinho mais novo me veio com a seguinte pergunta: “Tio, já houve alguma eleição em que algum candidato atingiu um índice maior que 70% das intenções de voto?” Cara! Boca aberta e mão na testa. Essa é a imagem que tenho de mim na hora em que ouvi essa questão saindo da boca de uma criança. Mas afinal, onde foi parar a inocência?
É obvio que hoje temos livre e muito acesso, seja pelo velho rádio (hoje presente até em aparelhos MP3), pela TV (até no celular), ou pela internet (a que faço uso nesse momento), todos os dias e a todo o momento somos bombardeados por milhares de informações e não é diferente com relação as nossas crianças. A questão é, até que ponto isso pode ser bom? Será que nossas crianças não estão perdendo a infância muito cedo? É claro que queremos vê-los mais inteligentes a cada dia, mas será que esse crescimento intelectual adiantado não está atrapalhando o crescimento sapiencial? Isto é, inteligentes, mas sem experiência será que eles têm juízo suficiente para entender a hora certa de cada coisa?
Digo isso diante de um fato escandaloso que me expôs minha teacher do curso de english. Ela (que também é ministra de música na igreja católica) leciona língua portuguesa no período diurno em um colégio público, e explicou pra gente que naquele horário há salas de 1ª a 4ª série e alunos de 5ª e 6ª, por isso há dois horários de intervalo, 1º pra 5ª e 6ª séries depois pro primário. Então ela contou que durante o 1º intervalo, estava em sala de aula passando a matéria com as crianças da 4ª quando bate à porta a inspetora. Ao que atendeu a mulher com feição de leve espanto como que querendo esconder algo, pede ajuda numa situação fora da sala. A professora prontamente se dispõe a ajudar e acompanha a inspetora até a sala ao lado (sala da 5ª série) que naquele momento deveria estar trancada já que os alunos estavam no intervalo, mas havia dois dedos de abertura. A inspetora apontou pra fresta e a professora olhou com cautela pra dentro no que viu dois alunos, um menino e uma menina, no canto da sala, ele sentado e ela encima dele fazendo...
Mais que espantada, a professora empurrou a porta com toda a força dizendo: “Mas o que é isso?” na hora a menina (de 11 anos e maria-chiquinha) saiu de cima do garoto (também de 11 anos) e abaixou a saia. O garoto saiu da sala com a inspetora enquanto a professora chamou a atenção da menina: “O que você pensa da vida garota?” ao que ela respondeu: “Mas a gente se gosta!” ainda perplexa a professora insistiu: “Mas... sabia que isso tem hora e lugar?” novamente ela respondeu e com a maior naturalidade: “Na minha casa não dá, na dele também não e não deixam a gente entrar no motel...”
É diante de fatos como esse que ponho a mão na consciência e penso em como estamos instruindo nossas crianças. Será que estamos realmente dando suporte necessário pra um bom crescimento? Será que como pais, tios, avós, padrinhos, enfim responsáveis como somos estamos ensinando valores ou negligenciando e deixando que aprendam de modo tortuoso as coisas mais simples da vida? Afinal de contas, não é simplesmente falando, dando bronca ou até batendo (como muitos pais fazem ainda hoje) que nossos filhos aprendem, mas com nossos exemplos, o modo como somos e agimos hoje os torna os adultos de amanha. Se jogamos o papel do lanche e o copo descartável do suco ou a lata refrigerante no lixo mais próximo ou se simplesmente arremessamos pela janela do ônibus, são ações simples assim que nossas crianças vêem e acabam absorvendo como exemplo de como agirem no futuro. 
Quando é que nesse mundo tão corrido e atarefado (sem tempo como costumamos dizer) que nos sentamos com eles pra conversar, seja apenas pra falar sobre o dia-a-dia ou tirar as duvidas mais simples de uma criança (isso antes do mundo ensinar o modo errado).
Estendo então o apelo que me fez a professora a todos que lerem esse texto nas palavras dela: “Sejam de que religiões forem ou a que igreja pertencerem, seja lá em que for que acreditem, orem, rezem e peçam por nossas crianças.”

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PERDIDO E SALVO

Algumas vezes somos surpreendidos por acontecimentos em nossas vidas que nos fazem refletir sobre como o tempo de Deus é diferente do nosso. Sobre como as respostas Dele nunca vem quando esperamos, mas quando chega a hora certa. Domingo (15/08/2010) no SIRAC (http://siraquianos.blogspot.com/) cheguei a comentar sobre como sábado (o dia anterior) havia sido um divisor de águas na minha vida (e olha que não foi um dia extraordinário).
A manha já começou diferente, porque o Ricardo (https://twitter.com/erre84) e o Felipe (https://twitter.com/felipe_fhp) vieram me buscar em casa pra subirmos juntos ao Jd. Vera Cruz. Eram mais ou menos 10min. pras 8H da manhã quando a campainha tocou, eu estava tomando o café e fui atender o portão de boca cheia. Quando chegamos a Sagrado Coração descobrimos que seria uma celebração especial, a liturgia seria a mesma que vimos na preparação e no ensaio (Graças a Deus), mas seria em honra a São Maximiliano Kolbe (http://pt.wikipedia.org/wiki/Maximiliano_Kolbe), fundador da MILÍCIA DA IMACULADA (http://www.miliciadaimaculada.org.br/ver3/). Não me pergunto o porquê, mas isso foi um sinal e tanto pra mim. Depois da celebração, veio o segundo sinal, nos pediram para ajudar na implantação do MEJ (Movimento Eucarístico Jovem http://www.mej.com.br/) na comunidade. Meu, eu fiz parte do MEJ entre os 11 e 13 anos quando morava no Parque América. Acredite, esse foi um sinal pra mim também.
Já faz oito meses que voltei a participar na igreja e retornei a missão, mas confesso que ainda assim andava meio perdido, como que faltando algo. Esse tempo todo o que mais pedia a Deus é por uma direção, por um caminho. Há mais ou menos 3 semanas encontrei por acaso o Ricardo no ônibus e diante de uma noticia bomba (não vem ao caso agora) começamos a conversar sobre pra onde os caminhos de Deus nos levam e chegamos ao assunto do 1º amor, não a 1ª namorada ou a 1ª paixonite aguda da vida de cada um, mas o 1º encontro pessoal com Deus. Falamos sobre como voltar ao 1º amor, reatar os 1ºs laços com Deus, retomar o fervor inicial.
Relembramos que no começo da nossa caminhada duas coisas nos sustentavam. 1º que toda sexta-feira, lá pelas 19H da noite (eu, Ricardo, Serginho, Naldo, Eliana, Rodrigo, Serafim, etc.) tínhamos um encontro marcado com Deus, ADORAÇÃO. Mas não era um encontro desses grandes, não havia exposição, cronogramas, condução, nem horários a serem seguidos, apenas entravamos na capela do Santíssimo com corações e um violão, nos ajoelhávamos ou sentávamos diante do sacrário e nos sentíamos a vontade, como se estivéssemos na sala de estar da casa do Senhor num encontro pessoal, intimo, descontraído e espontâneo entre irmãos e Deus no nosso meio conversando, ensinando e rindo conosco simples assim, como imagino que deve ter sido entre Jesus e seus discípulos. A 2ª coisa eram os terços nas casas. Uma ou duas vezes por semana tínhamos um terço marcado na casa de alguém na comunidade. Íamos levar Deus juntos com Nossa Senhora para quem estivesse precisando, fosse essa pessoa participante ativo ou não. Foram tantas e tantas as vezes que fomos recebidos em casa estranhas e armados com a Palavra e a COROA DE ROSAS (o Santo Rosário) evangelizamos na simplicidade da oração do Santo Terço. Depois de um tempo cada um foi pra um lado, seguiu seu caminho.
Tem uma música que diz o seguinte (http://www.youtube.com/user/RASTROBANDA#p/u/0/Z6oIKkeNQz0): O tempo é como um livro que é escrito a punho por suas mãos, a mesma música diz assim: São histórias já escritas aonde fazemos alteração, essa letra refere-se ao livre arbítrio que recebemos pela adoção divina, em outras palavras como um pai Deus tem planos muito bem pensados pra cada um de nós, mas Ele nos dá a liberdade de escolha em decidirmos o caminho que vamos tomar, a direção em que vamos seguir. Acho que foi isso que aconteceu com a gente, tínhamos o mapa do tesouro em nossas mãos, mas certos lances da vida nos fizeram tomar caminhos diferentes, optamos por direções que nos separaram. Onde nos perdemos desse tesouro?
Hoje, depois de um longo deserto, voltamos a nos encontrar por ação do próprio Deus (tenho convicção disso). E agora estamos trabalhando pra voltar a encontrar o caminho descrito no mapa desenhado nesse livro escrito a punho pelas mãos de Deus. Sinceramente, não sei ainda aonde tudo isso vai me levar, mas não to me preocupando muito com isso. O importante neste momento é descobrir o próximo passo nessa caminhada e seguir no sentido certo, na direção que Deus quer e que muito provavelmente, através de Maria Ele vai me indicar.
“Se demorar, espere-a, pois certamente ela virá e não atrasará.”
HABACUC 2,3c

sexta-feira, 25 de junho de 2010

RETORNO


(Então, caindo em si, disse a si mesmo: “Quantos operários de meu pai tem pão de sobra, enquanto eu, aqui, morro de fome!”) Lucas 15,18. Essa passagem é tirada da parábola do filho pródigo, do momento em que, percebendo a ASNEIRA que fez com sua vida, resolve voltar pra casa e pros braços do pai. Acho que antes mesmo de saber o que era igreja eu já havia ouvido essa história, mas nunca a entendi como entendo agora.
Dizem que se não encontramos Deus pelo amor acabamos encontrando pela dor. Tive o privilegio de ter entendido Sua mensagem e ter encontrado pelo amor. Foi no verão de 2001, retiro de carnaval na C. M. V.(http://www.cmv.it/) no Embu-Guaçu, meu 1º encontro pessoal com Deus, a 1ª vez que recebi o Espírito Santo, ou seja, meu 1º amor. Só quem já passou por isso sabe como esse momento é único e singular, simplesmente maravilhoso! Seu santíssimo corpo exposto ao final da missa na segunda-feira, não era a 1ª vez que ficávamos frente a frente, mas era a 1ª vez que eu entendia e sabia a importância d’aquele momento. Meu corpo inteiro estremeceu, o coração acelerou, havia uma inquietude incontrolável dentro de mim e a felicidade que eu sentia era inexplicável.
Eu já participava do grupo de jovens S. I. R. A. C. (http://siraquianos.blogspot.com/) e logo comecei a trabalhar na comunidade. Fui catequista assistente do meu amigo Naldo (http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12835316373249579238), ajudava no que podia no SIRAC e participei de vários retiros como T. L. C. (http://www.tlc.org.br/portal/), cheguei a trabalhar em três TLCs, ajudei a fundar um ministério de teatro (não existe mais) aqui na comunidade que foi chegar aos ouvidos de D. Emílio, bispo da diocese de Campo Limpo (http://www.diocesedecampolimpo.org.br/historia.jsp) na época, passei pelo ministério de música do grupo de oração e com mais três amigos, cheguei à coordenação do SIRAC. Ufh... Tudo isso em quatro anos.
Me tornei uma pessoa muito ocupada com as coisas de Deus, reuniões todas as semanas, mas em casa era um desocupado. Vinte e um anos de idade e não tinha emprego, o que me causava alguns problemas e pequenos bate-bocas em casa. Abreviando um pouco, no ano em questão (2005) no dia 13 de maio (dia de Nossa Srª de Fátima) arrumei um emprego (sábados e domingos mais dois dias da semana), o que acabou me afastando da coordenação do SIRAC. Continuei no que podia, mas as missas aos domingos foram ficando cada vez mais raras, em conseqüência disso parei de comungar, o que foi me deixando cada vez mais fraco e sem oração, até que me afastei de vez.
A situação pra mim era até cômoda, um emprego seguro, onde precisavam de mim, alcancei certa estabilidade, mas faltava alguma coisa. Passei mais de quatro anos em idas esporádicas a uma missa ou outra, três deles sem me confessar. E nesse tempo eu pequei, mas pequei muuuuuito. Se existe um modo de medir pecado por pecado... Da pra imaginar o peso dos meus pecados me consumindo? A saudade de comungar, de poder sentir novamente o sabor da presença divina de Deus dentro de mim. Foi então que cheguei ao estado lastimoso do nosso amigo conhecido apenas como “filho prodigo”, quer dizer, financeiramente e na vida pessoal eu até que estava bem, mas espiritualmente me via comendo a lavagem do mundo, tudo que há de mais sujo e podre que o mundo tem a oferecer, eu estava morrendo de fome de alimento espiritual, o pão dos anjos.
É impressionante a forma discreta como Deus trabalha, somos acostumados a ouvir que Ele é onipresente, oniscientes, mas na pratica sempre acabamos sendo surpreendidos pelos seus desígnios. No fim do ano passado eu estava decidido a deixar essa vida mesquinha e me jogar de novo nos braços do pai, fui então pedir demissão de meu emprego, mas fui surpreendido. Meu chefe (que com certeza não iria me demitir) não quis aceitar minha demissão, ficamos num impasse e conversando conseguimos entrar num acordo que achava ser impossível, meus finais de semana. Depois de quatro anos e meio trabalhando todo fim de semana e feriados, com apenas um domingo por mês eu consegui meus fins de semana de volta. Mas claro que isso na poderia durar para sempre, então concordei em treinar alguém pra ocupar o meu lugar, permitindo assim que mais a frente eu pudesse ser demitido da empresa com todos os meus direitos, e assim se fez. É evidente que foi a mão de Deus trabalhando pra que tudo corresse dessa maneira, se não fosse por Ele...
Isso marcou o começo do meu retorno, foi à hora que comecei a fazer o trajeto de volta a casa do pai. Voltei aos poucos a frequentar a missa de domingo na comunidade, procurei o Ricardo (um dos meus melhores amigos) que há poucos meses iniciou um trabalho com um novo ministério de música (uma das minhas paixões), entrei pra banda. Mas ainda faltava um longo caminho, eu ainda não havia me confessado (continuava em estado de pecado), e depois de tanto tempo sem o sacramento da reconciliação... Esse é o momento do reencontro entre pai e filho, o momento de maior alegria do pai e de vergonha do filho, pois era exatamente assim que eu me sentia, como o filho prodigo pelo caminho a ensaiar as palavras que dirá, me via na entrada da fazenda acuado, sem coragem de abrir a porteira e correr em direção a casa grande.
Quase caí de novo, ficava desanimado, faltei a varias missas, a situação tava ficando feia pro meu lado, mas tinha chegado a hora de dar um basta, e depois de muito pensar, de me colocar diante do santíssimo e orar por essa coragem finalmente me confessei. Cara, foi como tirar um peso das costas, tudo de errado, todos os meus pecados queimados, se desfizeram, desapareceram no esquecimento e pra todo o sempre, é uma nova chance, um novo começo.
O momento agora pra mim é de reconhecimento, é um momento de reencontro com Deus, de recuperar minha intimidade com Ele, tudo aquilo que deixei um dia pra traz, é o momento de reaver o meu tesouro escondido e multiplicá-lo para onra e gloria do meu Amado Senhor. (“Se teu olho direito te leva a pecar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois é preferível para ti que só um membro teu pereça a que seja lançado no inferno teu corpo inteiro.”) Mateus 5,29.